DILEMA

https://youtu.be/K_sAgzRbMu4

quarta-feira, 28 de abril de 2010

AS ESTRELAS (1)

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Céu pejado de estrelas


Basta olhar para um céu nocturno, fora da poluição luminosa das cidades, para nos apercebermos da diversa aparência das estrelas. Podemos facilmente constatar que elas se nos apresentam com aspectos diferentes no que respeita à magnitude, brilho e cor. Será uma interessante experiência, para quem quer iniciar-se na astronomia, verificar estas diferenças.
As magnitudes têm a ver com a distância a que se encontram e também como a sua intrínseca luminosidade.
O brilho fornece-nos informações sobre a temperatura superficial do astro: se a estrela for branca ou azulada, sabemos que se trata duma estrela jovem, de altas temperaturas superficiais; se, ao invés, for alaranjada ou avermelhada, a estrela tem temperaturas superficiais mais baixas e provavelmente é velha.
As estrelas amareladas estão entre as primeiras e as segundas, como é o caso do Sol.
Porém, há outras estrelas bem diferentes, muitas das quais invisíveis à vista desarmada, mesmo que estivessem mais perto. Estão neste grupo as anãs, que debitam pouquíssima energia. Ou as estrelas de neutrões de exíguas dimensões e que apenas sabemos que existem, pela influência gravítica que exercem sobre outras que lhe estão próximas, bem maiores, e por um feixe de radiação que nos enviam a intervalos regulares.

sábado, 24 de abril de 2010

MAGNITUDES


As estrelas que vemos no céu, parecem ter dimensões diferentes. Mas a aparência é enganadora, sendo que as que nos parecem maiores podem não sê-lo, e vice-versa. Depende da distância a que se encontram e do seu brilho real, intrínseco. No entanto, podemos dividi-las em grupos, pela aparência do seu fulgor. Os astrónomos chamam magnitude (visual) a esse brilho. Curiosamente, usa-se uma escala inversa; isto é: uma estrela de magnitude 5, por exemplo, é menos brilhante que uma de magnitude 4, e assim por diante.
Mas tudo isto tem razões históricas, que vêm de muito longe, no passado. Foi Hiparco, um matemático e astrónomo grego que viveu há mais de 2.000 anos que, ao elaborar um catálogo de cerca de 800 estrelas, no ano de 129 a.C., estabeleceu as bases para a classificação que ainda hoje se utiliza. As estrelas foram classificadas pelo brilho que aparentavam. Na época, como se pode imaginar, os meios eram escassos, e o astrónomo apenas pôde utilizar a vista desarmada.
Na sua classificação aparecem as estrelas agrupadas em 6 classes de brilho, a que chamou “grandezas”. Assim, colocou as 20 mais brilhantes no grupo da 1ª grandeza. Altair - nome de origem árabe que significa "anjo em vôo" - é um bom exemplo. Altair está na constelação da Águia. Por comparação, a famosa Estela Polar, na Ursa Menor, tem uma magnitude de 2.
Inevitavelmente, colocou as que apenas podiam ser vistas muito ténues, no limite da observação, na 6ª grandeza.
Também há estrelas com magnitude negativa, portanto, mais brilhantes do que as de 1ª grandeza. É o caso de Sírius, uma estrela jovem e muito luminosa, cuja magnitude é de -1.46. É a estrela mais brilhante dos nossos céus, na constelação de Cão Maior, apenas a 8.7 anos-luz.

domingo, 18 de abril de 2010

COMETAS

A POSTAGEM DE HOJE É UM EXCERTO DO MEU NOVO LIVRO,
A SAIR BREVEMENTE:

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HISTÓRIA BREVE DOS COMETAS
(Astronomia para amadores)
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A natureza dos cometas

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Os grandes cometas de outros tempos deixaram um rastro de mistério, pavor e, por vezes, veneração.

Não nos custa perceber porquê. O firmamento, a própria Terra e os mares, tinham sido obra divina e haveriam de perpetuar-se, sem modificação drásticas para o homem, porque essa era a vontade dos deuses e o mundo tinha sido criado para eles.

Qualquer acontecimento que envolvesse uma rara e díspar ocorrência nos céus ou na Terra, era tida por um aviso dos deuses a ínvios comportamentos dos humanos, ou puro e simplesmente, uma antecipação e revelação de factos relevantes para os impérios, os reis ou os poderosos.

De resto, o modelo aceite para o Cosmos, onde a Terra era o cento de todas coisas, que vinha desde Cláudio Ptolomeu (90-168) – um grego que vivia em Alexandria –, não permitia perceber o verdadeiro funcionamento do mundo celeste que nos rodeia.

Ptolomeu era um homem muito culto. Foi cartógrafo, matemático, astrólogo, astrónomo e geógrafo. Ainda escreveu trabalhos valiosos sobre a óptica e a teoria musical.

A sua obra maior é o "Algamesto", um tratado de astronomia. Esta obra é uma das mais importantes e influentes da Antiguidade Clássica. Ela dá conta de todo o anterior conhecimento astronómico babilónico e grego. Foi a pedra de toque da astronomia de Europeus, Árabes e Indianos, até o aparecimento do modelo heliocêntrico de Copérnico.

Assim sendo, até ao século XV, ninguém podia perceber de onde vinham os cometas, as suas trajectórias e características.

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quarta-feira, 14 de abril de 2010

O SISTEMA SOLAR

O Sistema Solar #1

Geralmente dizemos que o Sistema Solar é composto pelo Sol e pelos planetas que dele dependem gravitacionalmente. Mas não é bem assim.
Senão vejamos: depois de Mercúrio (o pequeno planeta rochoso que fica mais próximo do Sol) e dos que se lhe seguem, Vénus, a Terra e Marte, (igualmente rochosos), há uma enormidade de pequenos corpos celestes a que se dá o nome de Cintura de Asteróides, julga- se que os restos dum planeta falhado, devido aos enormes impulsos atractivos a que esteve sujeito aquando da formação do Sistema.
Só bem mais longe gravita Júpiter (o maior de todos os planetas e o principal responsável pela existência da cintura de asteróides), seguido por Saturno, Urano, Neptuno e por fim, Plutão, (hoje despromovido à categoria de simples asteróide), já enormemente distante de nós e do Sol.
Podemos ter uma noção dos volumes dos diferentes planetas, embora o Sol tenha dimensões que, a respeitar a relação com os planetas da imagem que publicamos, não coubesse no meu écran. Ele é um milhão e tal de vezes maior que o da Terra.
Sabendo-se que a Terra tem um diâmetro de quase 13 mil quilómetros, é fácil avaliar as enormes dimensões de Júpiter e Saturno e mesmo de Neptuno (ou Urano, sensivelmente igual a este último).
Mercúrio, Vénus, a Terra e Plutão parecem pigmeus, se comparados com os dois gigantes do Sistema. A nossa Lua, no esquema que reproduzimos, é quase invisível!
As distâncias a que estes corpos se encontram também podem facilmente ser compreendidas se adoptarmos um sistema comparativo simples. Assim, à distância Terra/Sol que é de 150 milhões de quilómetros (uma vastidão, cujos números são, para nós, ininteligíveis), os astrónomos chamam Unidade Astronómica. Com base nesta unidade de medida, podemos dizer que Júpiter se encontra a 5 u. a. e Plutão a 39 u. a.
Mas o Sistema Solar é muitíssimo mais vasto e não termina aí, ao contrário do que muitas vezes se ouve ou se vê escrito, confundindo-se sistema planetário com sistema solar.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

O Sol #2


O diâmetro do Sol é cerca de 109 vezes o da Terra, o que faz com que, dentro dele, coubessem mais de 1 milhão e trezentos planetas idênticos ao nosso!
O desenho que serve de ilustração a este texto é bem significativo do seu descomunal volume. Particularmente em relação aos planetas rochosos, como Vénus, Marte e a Terra.
A sua temperatura interior sobe aos muitos milhões graus e produz tanta energia que daria para alimentar 2.600 planetas como a Terra, inteiramente cobertos de lâmpadas de 200 watts, cada!


sexta-feira, 2 de abril de 2010

OS NASCIMENTOS E A LUA

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Há a crença de que a Lua tem influência sobre o nascimento dos bébés. Mas essa crença é injustificada. A influência da Lua sobre a Terra, é notória, mas ela apenas se verifica para grandes dimensões. É o caso das marés. Em lagoas ou lagos, elas não se verificam. Mesmo num grande mar como é o Mediterrâneo, as marés têm uma amplitude diminuta, se comparadas com as que nós conhecemos nas costas atlânticas. Os cientistas sabem disto há muito tempo.
A única verdadeira influência da Lua sobre a Terra, exerce-se por via das forças gravíticas, também conhecidas por Força da Atracção Universal.
Quando uma criança nasce, a influência gravítica exercida, por exemplo, pela enfermeira que assista ao parto, ou mesmo dum camião que passe perto da Maternidade, é incomparavelmente maior do que a influência da Lua. No entanto, e para acabar com as dúvida dos cépticos ou dos obscurantistas, têm sido realizados vários testes e inquéritos. Nunca se provou que a Lua tivesse influência sobre o comportamento humano, ou a incidência dos mais diversos crimes, por exemplo. Mas a ideia arreigada da influência da Lua Cheia (ou da Lua Nova) pode levar a que determinados indivíduos sintam ter chegada a hora deste ou daquele cometimento. É apenas um efeito psicológico, que tem raízes antigas na tradição e no folclore, sendo hoje sempre reavivada pelos "media", pelos filmes e pelos livros que amiudadamente se baseiam nesses mitos. Com o era, no tempo dos poetas do Parnaso… O que a Lua Cheia trás é um pequeno acréscimo de calor à Terra e isso, efectivamente, pode ter algumas consequências sobre o crescimento ou desenvolvimento das plantas. Só isso.
Em 1991, dois estudiosos analisaram as datas de nascimento de 4.456 bébés nascidos numa maternidade francesa e apenas encontraram o esperado: a distribuição dos nascimentos era uniforme, qualquer que fosse a fase lunar.
Uns anos depois, os italianos Peiti e Biagiotti estudaram 7. 842 partos ocorridos durante um período de 5 anos, numa clínica de Florença, e também nada encontraram de anormal.
A que se deve, então, esta crença? Eu, particularmente julgo que se deve ao facto de que, ao olharmos para a Lua, um dia antes ou depois da Lua Cheia, ela nos parecer que está CHEIA.
Se recuarmos no tempo, há centenas ou milhares de anos, quando praticamente ninguém tinha calendários, fácil nos é perceber que as pessoas diriam que o seu filho ou filha tinha nascido na Lua Cheia, quer fosse um dia antes, ou um dia depois, ou até mais.
E é evidente que… em três dias (ou mais) , nascem mais bebés que num só dia!